Um jogo de tênis e o meu filho.

Um jogo de tênis e o meu filho.

blog_tenis.jpg

Na semana passada estava hospedado em um Hotel em Ibiúna, quando fui convidado a participar de um torneio de Tênis. Este torneio abrigava 16 “atletas” da região, e eu o único forasteiro e hóspede. Até então era mais uma brincadeira no meu final de semana de descanso. Ao meio dia e meio, embaixo de um Sol escaldante, fiz o meu primeiro jogo, e venci com certa tranqüilidade, apesar de um desgaste físico intenso causado mais pelo calor que pelo jogo. Acabado o jogo, recebi a notícia que em minutos deveria jogar a próxima rodada, e aí começou a saga da superação. Obviamente, sem treinamento prévio, sem almoço e contra um adversário descansado, este novo jogo em seguida ao primeiro, com a temperatura ainda elevadíssima, seria uma tortura. E foi.

No primeiro set, ainda com um pouco de energia restante, venci com facilidade. No entanto, logo no começo do segundo, a minhas forças se acabaram, e aí entrou em quadra um mal-estar tremendo, caracterizado por náuseas e tonturas. Não preciso dizer que perdi o segundo set de forma arrasadora. Mas nesta fase crucial do jogo, passando por trás da quadra, vi que a minha esposa trazia o meu mais ilustre torcedor para a arquibancada, o meu filho. Neste momento percebi que chegava junto com ele uma grande oportunidade de lhe deixar uma lição inesquecível: só se vence algo na vida com muito esforço. Quando olhei para ele ali sentadinho e observando o jogo, decidi que lhe daria esta vitória, e dei.

Ganhar este jogo para ele me deixou feliz, mas também me fez pensar em alguns aspectos do que nos faz vencer. Primeiramente, não me orgulho de ter vencido sem uma preparação prévia, já que para mim, este é o aspecto mais importante dos grandes vencedores. Mas se você está pensando que eu estou exigindo demais, já que ganhei, pense como este jogo seria tranqüilo se eu tivesse me preparado. Na vida também é assim, quando nos dedicamos previamente aos nossos objetivos, sobra energia para aperfeiçoá-los e para mantê-los a longo prazo, e não somente para um início promissor. Por outro lado, o meu filho percebeu que o talento é importante, visto que eu venci, mas se não houvesse a dedicação ao jogo, certamente teria perdido. Este também é um aspecto que sempre levo em consideração, tanto na Educação como na Medicina, mesmo que estejamos preparados e que tenhamos talento de sobra, dedicar-se ao momento também é imprescindível. Não devemos perder a ambição do segundo colocado, porque é este sentimento de conquista tão desejada que nos faz vencer.

Deste final de semana ficou uma grande lição para os Pais. É nossa obrigação transmitir constantemente bons exemplos, discuti-los de forma acessível às crianças e demonstrar que o que temos foi conquistado e não recebido. Acima de tudo, nós devemos oferecer condições de preparação, como conceitos educacionais e familiares, mas sempre deixando claro que, cedo ou tarde, eles terão que lutar sozinhos. Se você realmente acredita na educação que transmite aos seus filhos, crie discípulos, e não herdeiros.

admin

Postado por:

admin