18 fev 20
Dieta “low  glúten” e doença celíaca: isso não existe!

Dieta “Low Gluten” e Doença celíaca: isso NÃO EXISTE!
A doença celíaca é uma alteração desencadeada pelo GLÚTEN em pessoas geneticamente predispostas. Esta é uma informação mais do que sabida!
O ponto a ser discutido aqui é: qual a QUANTIDADE de glúten pode ser TOLERADA por um celíaco?
É aí que devemos estar TODOS atentos, bem informados e seguros.
O nosso sistema imunológico é capaz de reconhecer corpos estranhos e invasores com extrema capacidade e eficiência, mesmo em quantidades ou dimensões praticamente não mensuráveis. Conseguimos nos defender de vírus e bactérias, que obviamente são estruturas microscópicas. Não precisamos de um kilo destes microrganismos para que o as nossas defesas sejam ativadas! Também somos capazes de perceber partículas de alimentos não digeridas, toxinas e até remédios, mesmo que em quantidades desprezíveis.
No caso dos celíacos, a mínima quantidade de glúten já é capaz de estimular a autoagressão conhecida como autoimunidade, com alterações intestinais e sistêmicas severas.
Sabe-se que se um celíaco dividir uma fatia de pão em 40 partes, e ingerir uma destas “migalhas” por 90 dias, terá o mesmo padrão de atrofia intestinal que um celíaco que ingere glúten livremente (o que é um enorme erro!). Usando termos técnicos, produtos sem glúten devem conter menos que 20 partículas por milhão (20mg/kg). Esta quantidade é menor do que encontramos em muitos medicamentos capazes de gerar enormes efeitos colaterais em nosso corpo. E por que o glúten não seria capaz de fazer o mesmo em pessoas que não o toleram?
Podemos concluir desta forma que:
A DIETA “LOW GLÚTEN” NÃO É SEGURA PARA OS CELÍACOS! Celíacos que ingerem glúten propositalmente ou se contaminam com frequência apresentam mais sintomas, doenças autoimunes associadas e tem uma expectativa de vida menor! Por favor, não duvidem disto.
Entendo a enorme dificuldade que é manter uma dieta completamente isenta de glúten por toda uma vida, o custo social e emocional que isto representa e o quanto isto pode ser frustrante. Mas o objetivo é manter os celíacos saudáveis, capazes de realizar sonhos, de concluir projetos pessoais, profissionais e familiares. É por isso que que grupos sociais, associações, federações e profissionais que realmente se dedicam ao estudo da doença lutam diariamente.

Dr. Fernando Valério
Gastroenterologista e Nutrólogo
Especialista em Doença Celíaca, intolerâncias e alergias alimentares e doenças gastrointestinais funcionais
Membro da International Society for the Study of Celiac Disease

Dieta “Low Gluten” e Doença celíaca: isso NÃO EXISTE! A doença celíaca é uma alteração desencadeada pelo GLÚTEN em pessoas geneticamente predispostas. Esta é uma informação mais do que sabida! O ponto a ser discutido aqui é: qual a QUANTIDADE de glúten pode ser TOLERADA por um celíaco? É aí que devemos estar TODOS atentos, […]
18 fev 20
Doença Celíaca: é preciso fazer o diagnóstico!

Esta foto é a imagem da noite de Ano Novo em uma praia do nosso litoral, e que recebeu 1 milhão de pessoas!
As minhas questões são: quantos ali SÃO celíacos? Quantos SABEM que são celíacos?
A doença celíaca é uma alteração que ocorre em pessoas geneticamente predispostas, com características autoimunes e sistêmicas, sendo desencadeada por uma proteína chamada glúten. E é uma doença que ACOMETE 1% da população, mas infelizmente SOMENTE 15% dos celíacos estão diagnosticados.
Ou seja, se temos 1 milhão de pessoas nesta praia, podemos supor que aproximadamente 10.000 pessoas que estão comemorando e celebrando esta festa podem ser celíacos. Só que, infelizmente, no mínimo 8.500 podem não saber disto.
E quais as consequências desta desinformação? Esta é uma doença que causa sintomas digestivos, nutricionais, inúmeras doenças autoimunes e alterações sistêmicas. Estabelecer um diagnóstico traz uma melhora incrível na qualidade de vida, evita uma série de sintomas limitantes e o desenvolvimento de outras doenças autoimunes e câncer.
Para que estes níveis precários de diagnóstico aumentem é preciso que os mais diversos médicos especialistas se lembrem que a doença celíaca tem manifestações digestivas, neurológicas, dermatológicas, ósseas, ginecológicas, hematológicas, cardiológicas e reumatológicas. Ter um alto índice de suspeita é fundamental para que mais diagnósticos sejam estabelecidos.
Mas há um grupo de pessoas que deveria ser sempre o nosso foco: os FAMILIARES de celíacos. Por medo do diagnóstico ou de terem que mudar a sua rotina alimentar, muitos destes familiares não buscam ou se negam a ser avaliados em relação à doença. É preciso haver uma maior conscientização deste grupo de risco para que possamos incrementar os índices de diagnóstico. Este é um caminho óbvio na jornada “diagnosticando celíacos”.
O diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais e biópsia intestinal. Mas para que estes exames sejam realmente fidedignos é preciso o glúten esteja sendo ingerido.
Por isso, JAMAIS se retira o glúten da dieta até que o diagnóstico da doença seja estabelecido ou excluído! Esta é uma informação é fundamental e deve ser sempre lembrada!

Dr. Fernando Valério
Gastroenterologista e Nutrólogo
Especialista em Doença Celíaca, intolerâncias e alergias alimentares e doenças gastrointestinais funcionais
Membro da International Society for the Study of Celiac Disease

Esta foto é a imagem da noite de Ano Novo em uma praia do nosso litoral, e que recebeu 1 milhão de pessoas! As minhas questões são: quantos ali SÃO celíacos? Quantos SABEM que são celíacos? A doença celíaca é uma alteração que ocorre em pessoas geneticamente predispostas, com características autoimunes e sistêmicas, sendo desencadeada […]
18 fev 20
Doença celíaca e Doença Inflamatória Intestinal: posso doar sangue?

Esta é uma pergunta frequente, com respostas conflitantes, já que os bancos de sangue se comportam de forma heterogênea a respeito de assunto.
Por isso, entrei em contato com a Dra. Araci Massami Sakashita, hematologista e coordenadora do Banco de Sangue do Hospital Albert Einstein, um dos mais rigorosos e qualificados em nosso País.
Segundo a Portaria 158 (Fevereiro de 2016) do Ministério da Saúde, os portadores de DOENÇA AUTOIMUNE QUE COMPROMETA MAIS DE UM ÓRGÃO estão definitivamente excluídos da possibilidade de doar sangue.
A DOENÇA CELÍACA é uma alteração autoimune que compromete outros órgãos, como tireóide, pâncreas, cérebro, nervos, pele, coração e fígado, por exemplo. O mesmo processo ocorre nas doenças inflamatórias intestinais (DOENÇA DE CROHN e RETOCOLITE ULCERATIVA IDIOPÁTICA), que afetam articulações, olhos, fígado e vias biliares, e pele. Todas estas doenças se enquadram neste grupo citado pela portaria.
Entendo a frustração de pacientes celíacos, com doenças inflamatórias intestinais e outras doenças autoimunes, que mesmo com os sintomas e exames controlados, não podem realizar este ato espontâneo de generosidade. Poder ajudar ao próximo doando sangue é um ato bonito e puro, já que nunca sabemos realmente quem receberá o nosso sangue. Mas existe uma regra chamada “Princípio da Precaução”, que atinge e defende os doadores e receptores de qualquer risco. E é nesta regra que a lei se baseia.
Felizmente há muitas outras maneiras de ajudar a quem precisa e nos pede ajuda, tão nobres quanto doar sangue e que não trazem restrições ou riscos.
O amor sincero não segue apenas um caminho! Basta estar atento ao que está nossa volta e saberemos como e a quem ajudar!

Dr. Fernando Valério
Gastroenterologista e Nutrólogo
Especialista em Doença Celíaca, intolerâncias e alergias alimentares, e doenças gastro-intestinais funcionais.
Membro da International Society for the Study of Celiac Disease

Esta é uma pergunta frequente, com respostas conflitantes, já que os bancos de sangue se comportam de forma heterogênea a respeito de assunto. Por isso, entrei em contato com a Dra. Araci Massami Sakashita, hematologista e coordenadora do Banco de Sangue do Hospital Albert Einstein, um dos mais rigorosos e qualificados em nosso País. Segundo […]
26 mar 19

A doença celíaca é uma doença autoimune que tem bases genéticas, e é desencadeada pela ingestão de uma proteína chamada glúten. O glúten está contido no trigo, centeio e cevada, mas algumas substâncias apresentam  contaminação frequente, como a aveia. A principal característica da doença é que a ingestão do glúten desencadeia um processo inflamatório intestinal, podendo levar a manifestação de sintomas gastrointestinais e extra-intestinais. O único tratamento com resultados satisfatórios para a doença celíaca é a exclusão completa do glúten da dieta, também chamada de dieta “gluten free”. A questão é que manter esta dieta pode trazer repercussões na qualidade de vida em todos os seus aspectos, e é disso que trata esta publicação.

Muitos fatores de qualidade de vida são afetados pelas nossas doenças físicas, presença de sintomas, efeitos indesejáveis de tratamentos, prognóstico e percepção da nossa própria saúde. É sempre muito importante reconhecer que a doença celíaca e a dieta sem glúten afetam todos os aspectos da vida, incluindo fatores culturais, sociais e necessidades emocionais. Alimentar-se não é somente um necessidade fisiológica de se repor nutrientes, alimentar-se também é um momento de estar com a família e amigos, de celebrar, de se socializar. Por isso, os estudos têm mostrado baixa qualidade de vida em pacientes portadores da doença celíaca, decorrentes dos sintomas da própria doença, da natureza muito restritiva da dieta sem glúten e de prejuízos emocionais associados. Não raro, a própria família e amigos próximos do celíaco questionam a necessidade da dieta tão rígida, e muitas vezes banalizam a doença e a tratam com algo trivial, gerando um afastamento social e tristeza por parte do paciente celíaco. Por isso, há a necessidade de apoio de médicos especializados no estudo da doença celíaca, nutricionistas, sociedades e grupos de pacientes, e do próprio governo (que controla as empresas de alimentos e rege leis). Assim, há o apoio coletivo, mais segurança na disponibilização dos alimentos sem glúten e maior oportunidade de apoio e orientação emocionais.

Sabe-se que o custo financeiro da dieta sem glúten afeta negativamente a qualidade de vida de muitos pacientes com doença celíaca. Em um estudo recente, mostrou-se que os custos de uma dieta sem glúten são  240% maiores que os produtos semelhantes com trigo. Outros estudos mostram também que a rigidez no seguimento da dieta e sua natureza restritiva  tem relação clara com a diminuição da qualidade de vida. Aproximadamente 75% dos pacientes referem ansiedade e depressão pós diagnóstico, enquanto esta incidência não ultrapassava 50% antes da confirmação de que se tinha a doença celíaca. Medo e ansiedade são geralmente associados a socialização com amigos, principalmente gerado por insegurança de que algum alimento possa ter sido contaminado. Sair de casa pode ser algo tão danoso para a estrutura emocional de pacientes celíacos que em uma pesquisa médica realizada mostrou-se que 81% dos entrevistados diziam evitar restaurantes, 38% evitavam viajar e 91% levavam a própria comida quando viajavam.

Uma preocupação relevante também existe em relação às crianças e adolescentes, que estão sempre expostos a cantinas e refeitórios de colégios e lanchonetes. Principalmente nos colégios, os pais e o responsáveis pela alimentação devem estar alinhados pela segurança e bem estar dos alunos. É digno que um adolescente possa comer com os colegas de classe ou comprar um lanche na cantina com tranquilidade e confiança, já que nesta idade fazer parte de um grupo e ter atitudes de comportamento semelhantes à maioria é algo que importa muito, que faz inclusão social e melhor desenvolvimento de relações humanas.

Todas estas informações são comprovadas pelo fato de 45% dos pacientes relatam que a doença afetou negativamente as suas atividades sociais, com amigos e em grupos. E que até 30% dos pacientes celíacos podem cursar com um quadro de depressão em algum momento.

Dr. Fernando Valério

Gastroenterologista e Nutrólogo

Especialista em Doença Celíaca e Distúrbios Funcionais Intestinais (alergias e intolerâncias alimentares, Síndrome do Intestino Irritável, diarreia crônica, constipação intestinal e alterações da flora intestinal).

A doença celíaca é uma doença autoimune que tem bases genéticas, e é desencadeada pela ingestão de uma proteína chamada glúten. O glúten está contido no trigo, centeio e cevada, mas algumas substâncias apresentam  contaminação frequente, como a aveia. A principal característica da doença é que a ingestão do glúten desencadeia um processo inflamatório intestinal, podendo […]
27 fev 19
Doença celíaca (glúten) e as alterações neurológicas

Todos nós, em algum momento da vida, experimentaremos algum sintoma ou doença neurológica. Podemos apresentar algo simples, como uma dor de cabeça ou formigamento nas extremidades, ou algo mais complexo, como convulsões, acidente vascular cerebral ou uma paralisia. A doença celíaca é uma doença genética, desencadeada pela ingestão do glúten, e que gera um potente quadro inflamatório sistêmico e uma série de doenças autoimunes. Entre os sistemas afetados, está o neurológico, incluindo nervos e cérebro.

 

Algumas vezes, as manifestações neurológicas são as únicas manifestações da doença celíaca que um paciente pode apresentar. Este tipo de sintoma atípico faz com que ocorra um retardo no diagnóstico. Estão entre estas alterações as enxaquecas, neuropatias periféricas (dormência, formigamento em extremidades, dor ou pressão, perda de sensibilidade e fraqueza), ataxia (alterações de equilíbrio) e epilepsia. (convulsões). As alterações neurológicas citadas estão presentes em 8 a 10% das pessoas com doença celíaca.

A neuropatia periférica é um termo geral utilizado para condições em que nervos das extremidades do corpo não estão funcionando da maneira esperada. Isto resulta na principalmente na perda sensibilidade normal, e os sintomas estarão relacionados ao grupo nervoso que foi afetado. Mas se há o comprometimento de uma fibra nervosa motora, perda de força na região pode ocorrer. Na doença celíaca, as parte mais distantes do corpo como as mãos, dedos, pés, dedões, face e língua podem ser afetados. Aproximadamente 10% das pessoas com neuropatia periférica sem causa óbvia podem ter a doença celíaca. 


A epilepsia é a segunda doença neurológica mais comum, perdendo apenas para o acidente vascular cerebral.  Em celíacos, a incidência de epilepsia varia de 3 a 5%. Quanto à enxaqueca, muitos pacientes com doença celíaca se queixam de vários graus de dor de cabeça, mas que melhoram em intensidade e frequência com a instituição da dieta sem glúten.

 

Em relação à ataxia, 9 a 15% dos pacientes sem causa definida são celíacos. A ataxia se refere a distúrbios de equilíbrio causados pela perda de coordenação motora e de posicionamento. Os pacientes apresentam queda fácil, instabilidade e movimentos exagerados. A ataxia é uma das síndromes neurológicas mais frequentemente associadas a doença celíaca, e geralmente encontrada sem sintomas gastrointestinais associados.
Estas alterações são causadas por deficiências nutricionais bastante comuns na doença celíaca, como carência de cálcio e vitamina B12 e por processo inflamatório que ocorre como parte da resposta autoimune.
Depois de instaladas lesões e sintomas neurológicos, a retirada do glúten pode ter um efeito variável. Por isso é tão importante ter o diagnóstico precoce da doença celíaca. Assim, evitamos que lesões neurológicas se tornem irreversíveis.

 

Dr. Fernando Valério
Gastroenterologia e Nutrologia
Especialista em Doença Celíaca e Doenças Intestinais Funcionais

Todos nós, em algum momento da vida, experimentaremos algum sintoma ou doença neurológica. Podemos apresentar algo simples, como uma dor de cabeça ou formigamento nas extremidades, ou algo mais complexo, como convulsões, acidente vascular cerebral ou uma paralisia. A doença celíaca é uma doença genética, desencadeada pela ingestão do glúten, e que gera um potente […]
26 fev 19
“Neblina cerebral e glúten: quando a alimentação afeta a meteorologia do cérebro!

A “neblina cerebral” (do inglês “brain fog”) é um dos sintomas mais comuns relacionados à DOENÇA CELÍACA e SENSIBILIDADE ao GLÚTEN NÃO-CELÍACA. Este não é um termo de origem médica, e sim a descrição de sintomas criada pelos próprios pacientes. A neblina cerebral é descrita por sintomas como confusão mental, falta de clareza ou foco visuais, e esquecimento. E não é uma alteração relacionada exclusivamente ao glúten, e pode estar presente em pessoas com insônia, distúrbios neurológicos, estresse, estágios iniciais de demência, diabetes e efeitos colaterais de medicamentos.

Vários instrumentos e métodos para avaliar a capacidade de concentração, atenção, orientação, memórias recente e tardia, capacidade de aprender e trabalhar com uma nova informação, velocidade de processamento, linguagem e funções práticas, mostraram que estas habilidades estavam comprometidas em pacientes com problemas relacionados ao glúten e com diagnóstico de neblina cerebral. Mas que melhoraram conforme os resultados das biópsias e exames laboratoriais relacionados a doença celíaca e dieta sem glúten também apresentavam melhora.

Há um estudo australiano mostrando que a função cognitiva de celíacos recém diagnosticados aumentava paralelamente a cicatrização intestinal. Concluiu-se que níveis subótimos de cognição em pacientes celíacos sem tratamento poderiam afetar a realização de atividades diárias. Antes de introduzir a dieta sem glúten, é como se estes pacientes tivessem ingerido algumas poucas doses de álcool ou sob efeito de um Jet Lag (alterações causadas por voos longos e grandes alterações de fuso horários). Isto significa que estes pacientes poderiam correr sérios riscos em atividades profissionais e ao dirigir automóveis.

Um estudo sueco foi mais além e mostrou notas discretamente inferiores em alunos universitários celíacos previamente ao seu diagnóstico quando se comparou a alunos sem a doença e com a mesma idade. Isto demonstra o enorme prejuízo que a doença causa quando é banalizada e não diagnosticada, já que pode culminar com a perda de oportunidades por menor desempenho. Felizmente este quadro se reverte na grande maioria dos pacientes após a introdução rigorosa da dieta sem glúten, geralmente após 6 a 12 meses.

E como o glúten causa a neblina cerebral? Quando há uma resposta auto-imune ao glúten há um aumento da liberação de mediadores inflamatórios que podem interferir na barreira cérebro-sanguínea, causando danos à função cerebral. Outra explicação seriam as deficiências de vitaminas e minerais associadas à doença celíaca e outros distúrbios de má-absorção nutricional, que podem causar déficits neurológicos. E por último, mas não menos importante, as alterações no eixo intestino-cérebro e microbiota intestinal. A flora intestinal interage diretamente com a nossa alimentação e aspectos emocionais/neurológicos, e poderia ter relação com a neblina cerebral.
Mais uma vez conclui-se que devemos estar atentos a todos os sintomas que se relacionam com a doença celíaca e sensibilidade ao glúten, visto que manifestações diversas, como as neurológicas, podem nos ajudar no diagnóstico, prevenindo complicações mais sérias e melhorando muito a qualidade de vida destas pessoas.

A “neblina cerebral” (do inglês “brain fog”) é um dos sintomas mais comuns relacionados à DOENÇA CELÍACA e SENSIBILIDADE ao GLÚTEN NÃO-CELÍACA. Este não é um termo de origem médica, e sim a descrição de sintomas criada pelos próprios pacientes. A neblina cerebral é descrita por sintomas como confusão mental, falta de clareza ou foco […]